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Corpo “entende” dieta restritiva como risco e faz aumentar o apetite

A restrição alimentar deixa nosso corpo estressado, diminui a taxa metabólica e piora a nossa relação com a comida
 
Vivemos em um paradoxo alimentar: nunca fizemos e falamos tanto sobre dietas, e nunca fomos tão obesos.
 
Há inúmeras explicações para o aumento de peso: o estilo de vida estressante, que não permite que a gente se preocupe com a nossa alimentação e bem estar é um deles, além de doenças metabólicas, entre outros motivos.
 
Porém, há uma atitude que parece boa e inofensiva, que pode fazer com que ganhemos cada vez mais peso: fazer dietas restritivas, sobretudo na segunda-feira.
 
É fato que o primeiro dia útil da semana é conhecido como o “dia internacional da dieta” — mas nutricionistas comportamentais garantem que, ao se livrar desse hábito, a chance de deixarmos nossa alimentação mais saudável e consciente é infinitamente maior quando tentamos, sem sucesso, ficar sem carboidratos, ou comer doce “só no fim de semana”.
 
Nosso corpo não entende
Nos colocarmos regras alimentares restritivas é o primeiro passo para o fracasso: e não tem nada a ver com “força, foco e fé”, mas com o nosso corpo.
 
“Quando a pessoa faz uma dieta hipocalórica e emagrece progressivamente, no entendimento do corpo, é um cenário de privação e risco. E o corpo faz o que for necessário para se defender: diminui a taxa metabólica, aumenta o apetite e produz pensamento incessantes sobre a comida”, explica a nutricionista comportamental Paola Altheia.
 
Além disso, o organismo não sabe a diferença entre dia de semana e final de semana, ressalta Naiara Belmont, nutricionista comportamental.
 
“Começar uma dieta na segunda é uma ideia ilusória de controle da alimentação de que ‘agora vai dar certo’, porém na maioria esmagadora dos casos a prática adotada é insustentável, pois são metas insustentáveis e a dieta impõe uma certa necessidade de perfeição na rotina alimentar. E isso não existe”, frisa Naiara.
 
Outro problema da dieta restritiva é nortear o pensamento de comer “certinho” durante a semana para depois comer como se não houvesse amanhã de sexta a domingo, salienta Paola.
 
É o famoso “já que comi um chocolate, vou comer a barra inteira”.
 
“E o impacto metabólico do exagero também é grande, porque você vai exigir muito do seu estômago, fígado e pâncreas”, esclarece Paola Altheia.
 
E também atrapalha o emagrecimento (se for esse o objetivo). “Não tem como controlar peso se você consome 3, 4 mil calorias em um único dia. A manutenção do sobrepeso acontece nesses dias de ‘despedida’. É muito melhor se comprometer com uma proposta flexível a longo prazo do que se comprometer com proposta radical”, recomenda Paola.
 
Mas, como me alimentar sem dieta?
Quando seguimos restrições e dietas do momento por décadas a fio, perdemos a capacidade de nos alimentar de forma intuitiva, que nada mais é, explicam Paola e Naiara, seguir os sinais de fome e saciedade do corpo.
 
Entender o que se quer comer e quanto comer, respeitar o repertório alimentar (qual meu prato e fruta preferidos? prefiro doce ou salgado, macio ou crocante?) e desenvolver uma sabedoria interna sobre o que o corpo realmente precisa, e dar a ele o que necessita, nem a mais, nem a menos.
 
O primeiro passo, segundo o nutricionista especialista em transtornos de comportamento alimentar, Rafael Marques Soares, é não ligar a palavra dieta com restrição e exclusão de alimentos.
 
“As pessoas acham que dieta é só salada e peito de frango grelhado, ou tapioca e batata-doce. Isso não é dieta, é modismo. Não fazer dieta é não seguir modismos e não preferir um alimento em detrimento do outro”, diz.
 
É entender que a comida exerce um papel amplo, mas não único, nas nossas vidas. “Comer também é um ato social, de afeto e até mesmo político”, ressalta Naiara.
 

Fonte: Gazeta do Povo

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