Notícias

Imagem

PEC Emergencial prejudica o serviço público e a sociedade

Texto propõe a redução de salários e jornada de servidores em 25% no caso de crise econômica
 
Depois de adiar a votação da PEC Emergencial por falta de consenso, o Senado Federal deve analisar a proposta na primeira semana de março. A PEC 186/2019 cria mecanismos de ajuste fiscal para União, estados e municípios. Entre os pontos controversos estão o congelamento da remuneração de servidores, a desvinculação de gastos da saúde e da educação, e a possibilidade de redução de jornada e salário do funcionalismo em 25%.
 
Relator da proposta, senador Márcio Bittar (MDB-AC) inseriu uma cláusula de calamidade no projeto, permitindo o aumento de gastos públicos sem ferir a legislação fiscal, a exemplo do Teto de Gastos, que congelou por 20 anos os gastos públicos e é o grande entrave para a retomada do auxílio emergencial. Com a PEC 186, o governo planeja, novamente, reduzir a capacidade de investimento por um longo período, mesmo com a experiência falida do teto atual. No âmbito Federal, as restrições seriam instituídas caso as operações de crédito excedam a despesa de capital.
 
O principal alvo da proposta é, como de costume, o servidor público. Suspensão de aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de Poder ou órgãos, proibição de criação de cargos ou empregos públicos que resultem em aumento de despesa, e reestruturação de carreiras estarão proibidas caso a emenda seja aprovada. Novos concursos também estarão proibidos. Segundo o Governo, o congelamento de salários já seria suficiente para bancar o auxílio emergencial, criando no imaginário da sociedade que os servidores públicos são onerosos e entregam pouco, o que não é verdade.
 
Todavia, um dos pontos mais importantes do projeto é a possibilidade de redução de salário e jornada dos servidores públicos em 25% como mecanismo para contenção de gastos e reestruturação fiscal. Esse trecho não estava na versão original do texto, mas foi incluído por Bittar. Presente na PEC do Pacto Federativo, o Governo deu um jeito de aglutinar os dois textos, além da PEC dos Fundos, em um só projeto, visando uma tramitação acelerada e sem o debate necessário.
 
O Governo não ataca somente os funcionários públicos, mas prejudica por completo a prestação de serviços aos cidadãos, que estão na ponta do atendimento. Reduzir a jornada de trabalho dos servidores indica menos profissionais nas fronteiras, nos hospitais ou nas ruas para atender a população.
 
O congelamento de salário é algo que acabou institucionalizado pelos governos, uma vez que há anos inexiste reajuste para diversas categorias. Agora, Bolsonaro e Guedes chantageiam a população com a ideia de que os servidores são exclusivamente os culpados por não haver auxílio emergencial em 2021, quando na verdade a culpa resulta da incompetência do Governo Federal.
 
Saúde e educação
 
Outro ponto que o Governo quer alterar é a vinculação de gastos com saúde e educação. Atualmente, a União investe na saúde o mesmo valor de 2017 (15%) mais o acréscimo da inflação do ano anterior, mudança provocada pela Emenda Constitucional 95/2016, o Teto de Gastos. Com a educação não é diferente. O Governo Federal investe o mesmo valor de 2017 (18%) mais a inflação do ano anterior.
 
Mais uma vez o Governo Federal se mostra desconectado com a realidade do país. Bolsonaro, que chegou a dizer que não tiraria dos pobres para dar aos paupérrimos, faz exatamente isso: quer tirar saúde e educação da população, enquanto oferece míseros R$250 reais, menos de um quarto do salário mínimo. Com tantas opções para financiar o auxílio emergencial, muitas delas debatidas pela DS Curitiba, como a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas, IPVA para barcos e aeronaves, tributação de lucros e dividendos e a revisão da tabela do Imposto de Renda, Bolsonaro quer sugar o pouco que resta da população brasileira.
 
Não é hora de reduzirmos investimentos, mas sim ampliá-los, garantindo mais do que o mínimo para a parcela que mais precisa. A DS Curitiba defende uma Reforma Tributária de verdade, que reduza a desigualdade social e promova justiça fiscal, com aqueles que têm mais contribuindo com mais. Este é o único caminho possível para que consigamos mudar este país.
 
Categorias:

Comente esta notícia

código captcha
Desenvolvido por Agência Confraria

A Delegacia Sindical de Curitiba do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

Saiba mais sobre o tratamento de dados feito pela DS Curitiba CLICANDO AQUI. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito da DS Curitiba, bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.