Auditores Fiscais vão auxiliar nas investigações da CPI da Covid-19
Relator da Comissão, Renan Calheiros, solicitou dois servidores da Receita Federal para ajudar na quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Renan Calheiros (MDB-AL), requisitou dois Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (RFB) para auxiliar nos próximos passos da investigação, que apura as ações e omissões do Governo Federal no combate à pandemia do coronavírus. A informação foi levantada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Segundo divulgado pelo veículo, “a presença de auditores é tida como especialmente importante para a fase de quebras de sigilos bancários e fiscais”, que devem ocorrer nas próximas semanas. Por hora, a CPI tem se concentrado em depoimentos de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao Governo Federal. Já foram ouvidos os quatro ex-ministros da Saúde durante a pandemia (Mandetta, Teich, Pazuello e Queiroga), o ex-chanceler Ernesto Araújo, além de outros personagens do entorno do presidente, como a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina e supostamente integrante de um “gabinete paralelo”, e a médica Luana Araújo, que ficou cerca de dez dias no Ministério da Saúde e não foi nomeada devido a insistência do Governo em oferecer remédios sem comprovação científica.
Inclusive, a CPI tem virado palco de negacionistas, que insistem em propagar mentiras, incentivam um “tratamento precoce” inexistente e tentam proteger o presidente da República das ações deliberadas que ele cometeu. Foi o caso de Pazuello, que mentiu sobre a crise de oxigênio no Amazonas e que resultou em centenas, milhares de pessoas mortas enquanto os governos estadual e federal nada fizeram para antever o problema. Foi o primeiro colapso do SUS visto durante a pandemia. O requerimento que deu início a investigação foi justamente sobre o colapso do Amazonas.
Desde o início da pandemia temos um presidente que nega a doença; que a chamou de “gripezinha” diversas vezes; que fez e ainda faz propaganda de um remédio sem comprovação científica no combate ao vírus; que “lamenta as mortes, mas que esse é o destino de todo mundo”, não importando que um vírus adiante esse processo. Essas são só algumas das declarações feitas por Jair Bolsonaro sobre a gravidade da doença.
Mais do que necessária, a CPI é uma forma de buscarmos justiça pelas mais de 460 mil vítimas e das milhares que continuam a morrer todos os dias. Está ficando cada vez mais claro que a política do Governo Federal era promover o caos, negar as vacinas e continuar com seus arroubos autoritários.
É neste momento, de extrema importância para o país, que o nosso trabalho, dos Auditores Fiscais, pode fazer a diferença para descobrirmos quem, de fato, está lucrando com a pandemia. Por isso, termos um Fisco independente, livre de amarras políticas e valorizado é essencial para o bem do nosso país.
Os Auditores Fiscais, que assim como todos os servidores públicos trabalham por um país cada vez melhor para a população, farão a diferença na busca pela verdade por trás da política de Bolsonaro, Pazuello, Araújo e todos aqueles que negam a gravidade do momento que enfrentamos.
A DS Curitiba espera que a direção da RFB indique Auditores que possam ajudar a investigação da CPI a enxergar a gravidade da situação em que nos encontramos, de forma técnica e com a autonomia e a autoridade que reveste o cargo.
Nós, Auditores Fiscais:
- Queremos autonomia para atuarmos pela legalidade e pela Constituição Federal e não holofotes;
- Queremos salário digno e não benesses;
- Queremos atuar com independência, não a partidarização de órgãos de Estado;
- Queremos agir nos processos e não em função da mídia e das plateias.
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Queremos cumprir nosso papel na política tributária desse país e agir em prol da justiça fiscal.
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