Um estudo inédito elaborado em parceria entre o Instituto de Pesquisa Ideia e o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad) revelou que pelo menos uma em cada quatro mensagens sobre política compartilhadas em aplicativos de mensagens é de caráter duvidoso. Ou seja, tem conteúdo exagerado, distorcido ou falso.

A pesquisa intitulada “A corrida do WhatsApp: Marcas, fakes e uma nova fronteira de dados” foi divulgada nesta semana e quantificou o teor e a proporção que essas mensagens falaciosas ocupam no WhatsApp e Telegram, os dois principais apps de mensagens utilizados pelos brasileiros.

O estudo monitorou o conteúdo acessado por 3,5 milhões de usuários dos apps, através de uma ferramenta chamada v-Groups, e detectou que 25% das mensagens de teor político distorcem informações ou disseminam desinformação acerca de polarização ideológica, legislação e políticas públicas, como os benefícios sociais.

Outro dado da pesquisa mostrou que o Whatsapp é o app com maior fluxo de conteúdo, em uma proporção de quatro vezes mais mensagens em relação ao Telegram. Para cada cem mensagens quantificadas, 82 foram compartilhadas no WhatsApp e 18 pelo Telegram.

De acordo com Cila Schulman, diretora-executiva do v-Groups e CEO do Instituto Ideia, os dados foram obtidos em um ano sem disputa eleitoral. “É muito provável que esses números sejam maiores em períodos de campanhas”, estima.

Fake News podem influenciar eleições

Pesquisa do Datafolha de março do ano passado mostrou que a circulação de notícias falsas em aplicativos de mensagens e redes sociais podem influenciar o resultado de eleições. Foi o que afirmou 60% dos entrevistados. Outros 22% responderam que impactam pouco, 15% acharam que não há interferência das fake news nas eleições e 3% não souberam opinar.

O levantamento ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos em 181 cidades de todo o país, com margem de erro de 2%.

Confira alguns cuidados para não cair em fake news

• Conferir se o título tem relação com o texto e a data da publicação, já que o assunto pode ter referência a um fato antigo.

• Realizar busca sobre o assunto. Pegue algumas palavras chaves e jogue no Google. Assim será possível identificar quais são as principais informações sobre o tema na internet.

• Observe se a fonte da informação é segura.

• Verifique se há outros sites falando sobre o tema. Desconfie de um único local tratar de um assunto bombástico.

• Mesmo verídicas, informações fora de contexto ou pela metade podem provocar interpretação errônea.

• Postagens falsas costumam misturar dados verídicos com informações erradas, dificultando a verificação. Busque outras fontes de informação e compare.

• Desconfie sempre das informações compartilhadas nos apps e redes sociais, mesmo que venham de amigos ou parentes.

• Redes sociais agrupam pessoas com gostos e pensamentos semelhantes. Procure confirmar informações fora da sua “bolha”.

• Na dúvida, não compartilhe o conteúdo recebido. 

Fonte: DS Curitiba