Taxação de super-ricos entra na pauta global
Distribuição de renda, justiça tributária e uma sociedade equânime. Estes são os principais argumentos de um crescente setor da sociedade que defende a taxação dos chamados “super-ricos”. A pauta agora entra em discussão global e será tema central da reunião do G20, que reúne os países com as maiores economias do mundo. O Grupo se reune em São Paulo nesta quarta (28) e quinta-feira (29), com participação de ministros e chefes de bancos centrais dessas nações.
A proposta será levada pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad. Ele defende que a pauta é essencial para enfrentar desigualdades e também promover o crescimento econômico. “Nossa agenda do G20 reflete, em grande medida, nossas prioridades e conquistas na agenda doméstica. A Reforma Tributária e a tributação dos fundos offshore (no exterior) e fundos exclusivos (voltados para a alta renda) nos dão a legitimidade e o impulso necessários para defender reformas mais ambiciosas em nível global”, afirmou o ministro em entrevista ao jornal O Globo.
A proposta que será apresentada pelo governo brasileiro ainda não foi detalhada. Mas a garantia é de que ela será embasada “nas melhores pesquisas disponíveis” e que defenderá a bandeira da tributação progressiva. O encontro, chamado de Trilhas de Finanças, é de um grupo de trabalho que reúne autoridades financeiras dos países membros do G20 e compõem as atividades da Cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro ainda neste ano.
A necessidade de incluir a taxação dos super-ricos parece ser um sentimento global. Diversas lideranças mundiais têm levantado a voz nesse sentido. O último deles foi o subsecretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Achim Steiner. Ele está no Brasil para as reuniões do G20 e destacou a importância de ações que elevem a arrecadação dos países. Entre elas a taxação global de multinacionais e o imposto sobre os super-ricos. As declarações foram reproduzidas pelo jornal Valor Econômico nesta quarta-feira (28).
Para o vice-presidente da Delegacia Sindical de Curitiba, do Sinfisco Nacional, Mário Mendes de Barros, essa é uma pauta imprescindível para o Brasil e também para a economia global. “Há um sentimento em comum na busca desta solução que há muito tempo é defendida por nós. Justiça Tributária é obrigação de qualquer democracia. O Brasil, que já é exemplo em tantos setores, pode também tornar-se referência nessa área e o sistema tributário brasileiro, com a equipe qualificada que possuí, está pronto para assumir esses compromissos. Precisamos apoiar essa iniciativa política para que o cenário seja transformado”, afirmou.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fonte: DS Curitiba
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